sábado, 9 de julho de 2011

A vontade da vontade.

Já passam das 2 horas da manhã. O sono ainda não veio me visitar. Ele costuma aparecer antes, mas ainda não deu sinal de vida. Sendo assim, me ponho à frente do computador para conversar... comigo mesmo?!
"Olá, Maurício. Como tem passado?"
Estou triste. Tenho andado desesperançoso, sem vontade de dar um passo à frente. Coragem eu tenho, só não tenho motivos para dar esse passo. Sabe como é? Essas indecisões que surgem em nossas vidas... O que fazer? Para onde ir? Qual caminho escolher? Eu tenho um leque de oportunidades, mas todas estão restritas à minha indecisão, à minha falta de vontade em optar. Optar é algo difícil. Ganha-se aqui, mas se perde ali. E eu não sei se os ganhos compensarão as perdas. Quero voltar. Quero dar um passo atrás, mas não posso. Não depois de tudo o que já caminhei até hoje. Não seria justo com meu futuro. Não seria justo com o meu sofrimento do passado. Tanto sangue minha alma derramou para que hoje o sorriso pudesse brotar espontaneamente em meu rosto. Não posso sacrificar meu sorriso. Ele é puro e me é benéfico. Retroceder seria dar forças aos meus medos extintos. E eu não quero mais sentir medo. Não quero ter a terrível sensação de que sei o que tenho que fazer, mas não faço. O contrário já me é (quase) insuportável atualmente. Sei que digo essas palavras sem nexo, sem sentido, sem coerência. E afinal o que é um ser humano sem destino? É alguém sem nexo, sem sentido, sem coerência. Não me culpo pelas palavras desprezíveis lançadas até o momento. Não me culpo porque não me faço sentido. Não me tenho como meu. Sou do mundo. Estou à mercê da vontade alheia. Minha vontade... que vontade? Eu não tenho vontades. Estou sem desejos. Ou melhor, com apenas um. Tenho vontade de ter vontade. Seria um começo?

2 comentários:

  1. Como disse meu amigo Alessandro: "Esse EXTINTO foi a coisa mais contraditória que você poderia ter expressado. Foi ele que me fez ficar desesperado e querer cortar os pulsos."

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  2. Há algo como medo, como dúvida. Imagine uma estrada estreita, cercada de arvores ressequidas, mortas, ao longo de todo este caminho. Talvez não seja assim que você se sente, mas imaginei isso, lendo o seu texto. Quando alguém fala em vontade de ter vontade, é isso que eu imagino. A natureza morta, é o que me faz querer ter vontade... Vontade de mudar isso ou vontade de parar e apreciar o triste lacrimar de um luar pálido? Não sei. Vontade é vontade, e a vontade de começar é o início, o meio e o fim!

    Adorei o texto, amigo :)

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