domingo, 27 de maio de 2012

Prazer cortante

Pode ser mais uma decepção para a minha coleção. Pode ser mais uma ilusão, daquela que nos deixa desnorteado, a ponto de nos fazer querer desistir de tudo, menos da incerteza. Mas ah... eu gosto de desafios! Eu gosto do duvidoso. Já não quero mais pisar sobre chão firme, sem distorções. Agora, quero andar descalço, com os olhos vendados, em meio à terra fresca. Quero sentir o calor do chão misterioso pelo qual estou passando. E se nele houver cacos de vidro, foda-se! O que importa é que eu sentirei... eu sentirei o vidro cortando a minha carne, abrindo um pedaço de mim e deixando correr meu sangue. Pode doer, pode me causar náuseas, de tanta dor que esse vidro me causará... mas, ao menos, eu sentirei. E, nessa vida, nada vale apena se não for para ser sentido, para ser sangrado. Depois do sangue jorrado, ainda há vida. O sangue se renova, a vida se renova... e o sentimento, também. Converter-se-á tudo o que foi sentido por meio da dor em experiência para que, nesse novo sentir, também caiba espaço para o prazer.

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